quinta-feira, 21 de junho de 2007

Narcotráfico

Diante das dificuldades da polícia em reprimir o narcotráfico, é comum ouvir opiniões segundo as quais as Forças Armadas poderiam engajar-se em seu combate, especialmente na fronteira. Os militares são unânimes em rejeitar esse encargo. “Não somos polícia”, repetem. Militares são treinados para matar o inimigo e destruir alvos, em linhas de confronto reconhecíveis; não para investigar e prender.
Não se sentem, igualmente, preparados para fazer frente à “contaminação” pelo dinheiro do narcotráfico, que chegou a corromper um general e toda sua cadeia de comando no México – exemplo muito citado. Os militares se julgam mais vulneráveis à corrupção do que os policiais. Um sub-oficial ganha bem menos do que um investigador civil ou agente federal. E militares não estão preparados para o contato com criminosos e com as grandes quantias que eles manejam. As Forças Armadas, quando solicitadas, dão apoio logístico a operações policiais na fronteira e,
ainda assim, dentro do que julgam suas possibilidades.
A infiltração do narcotráfico na política do Norte do país somada às guerrilhas dos países vizinhos gerou preocupação e atenção às fronteiras amazônicas. Boa parte da imprensa tratou o assunto como de soberania nacional, especialmente na cobertura da presença dos Estados Unidos no combate ao tráfico nas fronteiras. Alguns jornais escancaram assumida fobia à uma suposta intervenção e posterior hegemonia americana na América do Sul, numa espécie de ficção político-estratégica militar.


Notícia:

Polícia Federal descobre fábricas de cocaína das Farc no Brasil


Um documento elaborado pela Operação Cobra (sigla para Colômbia-Brasil) da Polícia Federal, encarregada de desarticular o narcotráfico na fronteira da Amazônia brasileira, identifica bases de produção de cocaína sob o domínio das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A identificação das bases pertencentes as Farc consta no primeiro relatório da Operação Cobra, ao qual a Agência Folha teve acesso com exclusividade, e que foi divulgado reservadamente no dia 29 de setembro último para os órgãos de segurança nacional do Brasil, Colômbia e Estados Unidos, incluindo a DEA, a agência federal antidrogas americana.

Chamadas de complexos [conjunto de laboratórios de refino], as bases produzem mensalmente, segundo o relatório, cerca de 45 toneladas do cloridrato de cocaína. A droga partiria em aviões de pistas clandestinas na Colômbia para Europa e os Estados Unidos e até para o Brasil.

"Não temos mais dúvidas das relações das Farc com o narcotráfico. A guerrilha tem o comando das drogas e isso é uma ameaça para a fronteira brasileira", afirma o delegado Mauro Spósito, coordenador da Operação Cobra.

-*- Outra Notícia:(de Daniel Ramos)

Obras na Amazônia podem acelerar aquecimento global, alerta pesquisador - 19/06/2007

Wellton Máximo

A execução de obras de infra-estrutura no norte e no oeste da Amazônia deve aumentar o desmatamento na floresta e contribuir para piorar o aquecimento global. O alerta foi dado hoje (19) pelo pesquisador Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), durante debate na sede do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre as conseqüências das mudanças climáticas na economia.
O pesquisador destacou que empreendimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – como a BR-319, que ligará o Acre ao Peru, e as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira – vão atrair um grande contingente populacional e estimular a agricultura e a pecuária na região. “Isso vai ampliar o chamado Arco do Desmatamento, que hoje abrange o Mato Grosso, ao sul do Pará e parte de Rondônia”, explicou.
Somente as obras das usinas do Rio Madeira, em Rondônia, segundo Fearnside, deverão levar 40 mil pessoas para trabalhar no estado: “Depois do fim da construção, esse contingente vai migrar para Porto Velho e, de lá, para o sul do Amazonas e o Acre, o que certamente resultará na expansão do desmatamento”.
Para o pesquisador, os efeitos podem ser trágicos não apenas sobre a Amazônia, mas sobre todo o planeta, porque o desmatamento é responsável pela maior parte da emissão de gás carbônico no país: “Atualmente, 75% do gás carbônico emitido pelo Brasil vêm do desflorestamento”.
Durante o dia, os vegetais absorvem gás carbônico e liberam oxigênio; com a derrubada de árvores, o gás carbônico deixa de ser absorvido, o que na prática equivale a uma nova emissão, explicou Fearnside, acrescentando que a Amazônia ainda consegue reter boa parte do gás carbônico, mas essa capacidade está se esgotando. Para ele, "as chances de as emissões terem superado o limite de resistência da Amazônia estão entre 15% e 60%”.
No debate, o pesquisador apresentou ainda previsões internacionais que mostram os efeitos do aquecimento global sobre a Amazônia: até 2100, a temperatura média na região deve subir entre 3,3 graus e 5,5 graus, o que trará conseqüências devastadoras sobre a maior floresta tropical do planeta. “Os modelos são divergentes em alguns pontos, mas eles apontam para o aumento da temperatura e a transformação da floresta em savana”, advertiu.
A partir de 2050, lembrou, existe o risco de o solo da Amazônia se salinizar e as árvores começarem a ser substituídas pelas gramíneas. Ele explicou que “com o aumento da temperatura, as árvores absorvem mais água, o que reduz as chuvas na região”. E que se as emissões de gás carbônico continuarem a crescer nos níveis atuais, em 2080 grande parte da floresta terá desaparecido.
Um dos modelos exibidos pelo pesquisador indicou que apenas o oeste do Amazonas e uma área que cobriria a Colômbia, o Equador e o nordeste do Peru manteriam as características originais da vegetação amazônica.
Atualmente, de acordo com o especialista, a proporção de gás carbônico na atmosfera é de 383 partes por milhão. “Antes da Revolução Industrial, no século 18, esse índice era de 280 partes por milhão, o que mostra um crescimento assustador, principalmente no último século”, ressaltou.


- Alunos:Amanda P. C. da Silva n° 1
Daniel Ramos n° 5
Vivian Tobal n°24
- Postado por: Lucii*

---------------------


Na avaliação do peso específico dado a cada tema nacional, a Amazônia é o de maior apelo. Nela, interagem conceitos caros aos militares, como soberania, presença e operacionalidade. Boa parte dos que chegam ao generalato viveu na Amazônia. “A importância da Amazônia é incutida na gente desde o dia em que entramos no Exército”, explica um coronel.
“A Amazônia é hoje a grande hipótese de conflito”, reconhece um instrutor de majores e tenentes-coronéis nos jogos de guerra da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica. Os jogos, porém, ainda se concentram no Sul–Sudeste, porque são considerados teatros mais ricos para o Exército e a Marinha do que a selva amazônica.
Até a década passada, antes da criação do Mercosul, o Brasil centrava suas preocupações estratégicas no Cone Sul. Um simples fato apontado por um capitão-de-mar-e-guerra exprime o alcance da atual distensão: recentemente, o ministro da Marinha da Argentina entregou ao seu colega brasileiro o Plano Estratégico da esquadra argentina.
A Amazônia representa metade do território brasileiro. Os militares recorrem não só às informações disponíveis, mas também a suas experiências pessoais, para falar dos enormes recursos – incluindo muitos minérios – guardados pela selva. Advertem que a fronteira
desguarnecida torna o Estado brasileiro vulnerável, não só a invasões, no sentido clássico do termo, mas, sobretudo, ao potencial desestabilizador de ações de origem externa envolvendo narcotráfico, garimpo, associação com os índios, incêndios provocados e outras agressões à ecologia.
Soberania – “Se alguém quiser fazer cair os títulos brasileiros no mercado internacional”, exemplifica um ex-ministro militar, “basta explorar um ou mais desses focos de desestabilização.” Uma catástrofe ambiental na Amazônia propiciaria uma mobilização internacional e
abriria caminho para pressões em favor de intervenção externa, sob o argumento de que o Brasil não é capaz de cuidar da região. A soberania sobre a Amazônia estaria, então, em questão.
Os militares vêem com grande preocupação a atuação de organizações não-governamentais, principalmente as que têm matrizes no exterior, empenhadas em criticar continuamente a atuação do governo brasileiro na Amazônia; e também as missões religiosas, que atuam em reservas
indígenas e biológicas, entrando e saindo com suas avionetas, sem nenhum controle do Estado brasileiro sobre o que levam e trazem. Para os militares, a grande resposta a essas ameaças é o Sistema de Vigilância da Amazônia.
O Exército prevê uma intensificação do movimento na fronteira noroeste e oeste, com o avanço da eletrificação e a construção do gasoduto Brasil-Bolívia. “É uma área que vai explodir, não temos dúvida, nos próximos 10 ou 15 anos”, diz uma autoridade militar, citando o Acre como foco. “Vão começar a aparecer indústrias subsidiárias, problemas de segurança e de travessia de fronteiras”, continua. “Pode-se reproduzir ali, se não for controlado, o problema que temos hoje nas três
fronteiras do Sul”, completa, referindo-se ao contrabando do Paraguai.

- Aluno: Felipe, nº 7
- Postado por: Luciana**

-----------------------

O traficante

É o tipo mais perigoso que existe, entre os indivíduos ligados às drogas. Através de sua atuação, o vício difunde-se, deteriorando o organismo e despersonalizando a pessoa.
Tanto o plantio, como a importação, exportação e comércio das substâncias tóxicas, nada mais são facetas do tráfico de entorpecentes.
O ponto básico de toda a degradação moral e social dos toxicômanos, nada mais é do que o próprio traficante.
Enriquecem à custa das vicissitudes alheias, exploram a miséria e vivem sobre a degradação moral daqueles que imploram a manutenção do vício. Vão ao ponto de não permitir uma recuperação de quem quer que seja, indo da perseguição até às últimas consequências.
Seu campo de ação vai desde os portões de colégios, às praças públicas, portas de prisões, etc., sempre à espreita de uma nova vítima.
O traficante é um indivíduo frio, calculista, inteligente, ardiloso e insinuante, capaz de perceber o ambiente propício para sua investida e a predisposição psíquica de sua nova vítima.
Chega, às vezes, introduzir a droga sem fazer referência a ela, simplesmente ministrando-a como tratamento para um mal-estar da vítima, provocando, de conformidade com a natureza do entorpecente, o inicío de uma dependência física e/ou psíquica.
Encontrar um traficante, é uma tarefa árdua. Conseguem um perfeito sistema de proteção, com um serviço de informação, que faz inveja a própria polícia, na maioria das vezes com a participação de menores.
O traficante dificilmente entregará a "muamba" diretamente ao dependente. Sempre age indiretamente, daí a dificuldade do flagrante e da prisão.
Geralmente o traficante deixa a droga em local pré-estabelecido, que tanto pode ser uma carrocinha de sorvete, refrigerante, ou doce, como pode ser uma reentrância em um muro de edifício, ou simplesmente um ponto determinado nas areias de uma praia.
Exterminado o traficante, estaremos nos aproximando do ponto final de uma longa e irreparável escala de tóxicos.

As Drogas e o Crime


As drogas estão ligadas ao crime em pelo menos quatro maneiras:
1. A posse não-autorizada e o tráfico de drogas são considerados crimes em quase todos os países do mundo. Só nos Estados Unidos, a polícia prende por ano cerca de um milhão de pessoas por envolvimento com drogas. Em alguns países, o sistema judicial está tão lotado de processos criminais ligados às drogas que a polícia e os tribunais simplesmente não conseguem dar vazão.
2. Visto que as drogas são muito caras, muitos usuários recorrem ao crime para financiar o vício. O viciado em cocaína, por exemplo, talvez precise de uns mil dólares semanais para sustentar o vício. Não é para menos que os arrombamentos, os assaltos e a prostituição floresçam quando as drogas fincam raízes numa comunidade.
3. Outros crimes são cometidos para facilitar o narcotráfico, um dos mais lucrativos negócios do mundo. O comércio ilícito das drogas e o crime organizado são mais ou menos interdependentes. Para garantir o fluxo fácil das drogas, os traficantes tentam corromper ou intimidar as autoridades. Alguns têm até mesmo um exército particular. Os enormes lucros dos barões da droga também criam problemas. Sua fabulosa receita poderia facilmente incriminá-los se esse dinheiro não fosse "lavado". Assim, bancos e advogados são usados para despistar a movimentação do dinheiro das drogas.
4. Os efeitos da própria droga podem levar a atividades criminosas. Familiares talvez sofram abusos por parte de usuários de drogas crônicos. Em alguns países africanos afligidos pela guerra civil, crimes horríveis têm sido cometidos por soldados adolescentes drogados.

Como e por onde a cocaína entra no Brasil?*

Uma das mais escancaradas portas de entrada de cocaína no Brasil é o município de Tabatinga (AM), fronteira terrestre com a cidade colombiana de Leticia, onde há um radar instalado, mantido e protegido por fuzileiros navais norte-americanos. Tabatinga fica numa das margens do rio Solimões. Na outra, está o Peru. Essa área é chamada de Alto Solimões.
Do Pará, no norte do país, ao Paraná, no sul, uma extensa faixa fronteiriça brasileira é território livre para o ingresso de abundantes carregamentos de droga.
A tendência é, quanto mais acima (Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia) entra a cocaína, maior a chance de o seu destino ser o exterior. Se a porta for Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, haverá mais possibilidades de a escala final ser o mercado nacional. Isso é tendência, não a regra.
Relatório da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal com o balanço de 1999 relaciona os veículos nos quais as drogas (fundamentalmente cocaína) provenientes do exterior foram apreendidas pelas autoridades brasileiras: aviões (70%), caminhões (15%), carros (10%) e ônibus (5%). Há transporte fluvial, pelos rios amazônicos, e marítimo, mas a polícia evita flagrar os traficantes na embarcação - deixa a droga seguir, para conhecer as conexões. Aí, então, intervém.
Uma das facilidades com que os traficantes brasileiros contam é a abundância de pistas de aviões cuja existência é omitida às autoridades aeronáuticas. No Pará, herança dos garimpos de ouro, há 3 mil anos. No estado de São Paulo, levantamento da Secretaria de Segurança contabilizou 366 "aeroportos clandestinos" em 166 cidades.
O espaço para pouso e decolagem de aeronaves carregadas de drogas, a rigor, não é necessário. As de pequeno e médio porte sobrevoam fazendas a baixa altitude e jogam os pacotes. É o padrão no interior de São Paulo.

Como e por onde a cocaína sai do Brasil?*


A cocaína segue para o exterior por via marítima e aérea. Os principais portos de saída são os de Santos e do Rio. Quantidade volumosa é embarcada, em alto-mar, em barcos que partem da região Norte, principalmente de Belém.
A mercadoria é levada às embarcações em aviões, que a jogam no oceano, de onde é recolhida. O Deprtamento de Estado dos EUA aponta os aeroportos de Guarulhos (SP), Antônio Carlos Jobim Galeão (RJ) e Porto Alegre (RS) como os mais usados para a saída de cocaína.
Nas operações robustas, a cocaína é acondicionada em contêineres, como fumo, frangos, soja, arroz, eletrônicos - tudo o que servir ao disfarce elaborado pelos traficantes.
O tráfico com "mulas", pessoas que levam consigo a mercadoria, responde pela saída de menos droga, mas envolve muita gente. A sofisticação dos truques é tamanha que roupassão engomadas com cocaína, que depois sai na lavagem. Método semelhante é usado com cabelo, pintado com loção impregnada com a droga.
O repertório é vasto. Usam-se latas, pranchas de surfe, pacotes amarrados no corpo. Até um padre com 11,5 quilos de pó sob a batina já foi flagrado. No Brasil, agem "mulas" de dezenas de nacionalidades.
Uma das variantes desse tipo de trabalho implica arriscar a vida, para receber de US$ 3 mil a US$ 5 mil por viagem: a droga viaja dentro de cápsulas ingeridas pelo passageiro. Se uma cápsula se rompe, o transportador pode morrer.
* "Texto extraído do livro Folha Explica O Narcotráfico, de autoria de Mário Magalhães. Publifolha (www.publifolha.com.br ), 2000."

- Aluno: Eduardo, nº6
- Postado por: Luciana!**

6 comentários:

Unknown disse...

Achei muito legal e muito interessante!
Esse narcotráfico é muito ruim, e acho que deveriam acabar logo dom isso!
O blog tem muitas figurinhas animadas, e isso é muito legal também!

Unknown disse...

o blog esta bem ilustrado e com muito conteudo

Unknown disse...

Achamos muito interessante os temas especialmente o do ''NARCOTRÁFICO'' estão bem elaborados !

wagner Gdikian disse...

isso é errado pois drogas deveriam ser proibidas......ainda mais vindo d um lugar tao bonito como a amazonia

Unknown disse...

O blog está muito bem ilustrado com muito conteudo né dudu...e ele esta bem estruturado

Unknown disse...

Eu achei o texto muito interessante pois ele ´nos concientiza a ficar longe do mundo das drogas e nos explica como as coisas acontacem